sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uncharted: Drakes Fortune

Há alguns dias completei dois jogos de PS3. Possivelmente os melhores jogos do console. Uncharted: Drake's Fortune e Uncharted 2: Among Thieves. Dois jogos protagonizados por Nathan Drake, um Indiana Jones moderno, e produzido pela Naughty Dog. A continuação, Among Thieves, foi a razão pela qual eu decidi comprar o PS3. Lógico que eu quero jogar God of War 3, Heavy Rain e os outros exclusivos da Sony, mas Uncharted é o estilo de jogo que eu mais gosto. Inteligente, bonito, inovador, dinâmico, recheado de ação e permeado por um ótimo roteiro. Fiquei alguns dias para escrever essa anãlise com o intuito de pensar bem sobre o que eu iria escrever e revisar tudo que eu vi durante as 15 horas de cada jogo. Nessa primeira análise vou falar sobre Drakes Fortune, a estréia de Nathan Drake no mundo dos videogames.




O primeiro Uncharted foi a prova da chegada da nova geração. Até ali poucos jogos tinham gráficos tão detalhados, ambientes renderizados com velocidade assutadora e uma captura de movimentos que viraria padrão para grandes produções. Ao apostar no roteiro do jogo a Naughty Dog dá um grande passo para fazer um bom jogo. Na pele do "explorador" ou "caçador de tesouros", Nathan Drake, você numa jornada em busca da cidade de El Dorado nos confis da Floresta Amazônica. Como disse, a história é a responsável pela imersão do jogador no jogo. Os personagens muito bem construídos também contribuem. Sullivan, Helen, Drake e todos os outros que aparecem durante a aventura cumprem seu papel de forma admirável. Lógico que trama segue o clichê das aventuras do cinema americano, mas quem não se diverte?


Mas como nem só de roteiro vive um jogo, vamos aos gráficos. Nesse quesito Uncharted atinge a excelência. Convenhamos que é um um dos primeiros jogos da geração, mas é mais belo que muitos outros lançados hoje. Além de toda a captura de movimentos ser ótima, a sincronia labial muito boa e os personagens terem inúmeras animações, o destaque vai mesmo para os cenários. A floresta parece ter vida. Sem dúvida é a floresta, ou provavelmente um dos cenários mais bonitos que eu já vi nos videogames. Tudo foi produzido com muito esmero. AS roupas molhadas de DRake, as plantas balançando na floresta e o incrível realismo da água. É o jogo que reproduziu a água de modo mais perfeito. Nunca havia visto algo tão próximo da realidade. Nota 10.


Mas como nem tudo são flores, o jogo tem alguns defeitos. E a maioria deles é na jogabilidade. O sistema de tiro é baseado no consagrado Gears of War. Tudo, desde a cobertura até a mira. O problema é como esse sistema foi executado. Não raro, você atira na cabeça de um inimigo e ele continua lá, em pé e serelepe como se nada tivesse acontecido. Os movimentos da maioria deles são repetitivos e rapidamente você consegue antecipar a ação de cada um. O combate corpo a corpo também não é bem polido. A impressão que dá é que eles não tiveram tempo de moldar de maneira satisfatória os elementos de luta no jogo. A verdade é que você torce para os tiroteios e lutas acabarem rapidamente, para assim voltarmos aos elemtos de plataforma e puzzles no restante do jogo. A maior parte do jogo é feita de lutas e tiroteios. A melhor parte do jogo está nos momentos de plataforma, nos pulos à la "le parkour" e os puzzles. Esses são poucos mas satisfatórios momentos.


Outra coisa interessante é a dublagem em português de Portugal. Hilária em alguns momentos e incompreensível em outros, me fez optar pelo áudio em inglês e a legenda em portugês. Os efeitos sonoros irão explorar o seu home theater ao máximo, com tiros para todos os cantos e uma trilha sonora arrebatadora. Pode ter certeza, a música tema ficará na sua cabeça por alguns dias. Fosse o jogo um pouco mais difícil, provavelmente eu sairia mais satisfeito com a experiência. O chefe final e os desfaios principais do jogo não testam o jogador mais hardcore, porém nada que estrague a jornada.


Uncharted: Drakes Fortune é um dos melhores jogos lançados para essa geração. O conjunto da obra faz ele se tornar um jogo essencial para qum tem um PS3. Eu comprei o meu há alguns meses e junto dele veio Drakes Fortune e U2:Among Thieves. Estou satisfeito. Não tenha dúvida ao comprar. Amanhã eu falo sobre o dois.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Com a volta do trabalho, pouco tempo para escreveri. Aliás, tenho tempo tem de sobra mas a disposição não é a mesma. Nesse intervalo sem blogar, tenho algumas coisas interessantes para comentar. Filmes e jogos num geral. Hoje vou começar por um filme, está mais fresco na memória, assiti ontem.


Esqueça o título em portugês. "Amor sem Escalas". Nâo vá pensando que é uma comédiazinha romântica qualquer. "Up in the Air" é um dos melhores filmes deste fim/começo de ano. Estrelado por George Clooney e dirigidopor Jason Reitman, o mesmo do ótimo 'Juno', o filme conta a história de Ryan Bingham (Clooney), um cara que tem como profissão demitir pessoas e dar palestras sobre a importância de não se relacionar ou comprometer com qualquer coisa. Uma reviravolta acontece na empresa em que trabalha e então tudo começa a mudar.

Essa premissa é simples, mas extremamente eficiente, visto que o filme se passa nos dias atuais, plena crise economica mundial. Demissões a todo momento. POrém muito mais do que um filme de reflexão sobre o momento mais angustiante de um trabalhador, "Amor Sem Escalas"(urgh!) é uma discussão sobre relacionamentos. Bingham é o famoso solteirão convicto. Vive em aviões (daí o título do filme) e hotéis. Nâo tem relacionamento próximo com a família e não possui qualquer vinculo com outras seres vivos. Proximidade mesmo só com sua compania aéreas e sua mala.

A partir de diálogos simples, engraçados e sempre com uma pontada de reflexão sobre a vida, o roteiro se torna o grande destaque. Ótimas atuações, direção impecável e uma lição de vida, "Up in the Air" fala da vida moderna como poucos filmes conseguiram. Atualmente, poucos vivem algo real. Eu diria que poucos querem viver algo real. É mais fácil viver num mundo sem decepções ou compromissos.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Avatar - Um novo jeito de fazer cinema


Mais uma vez James Cameron quis assombrar o mundo. Todos os projetos do diretor têm um quê de revolucão. Mas nenhum chegou ao patamar de promessas que Avatar chegou. O filme é considerado A revolução do cinema. A grande arrancada do 3D. O motivo pelo qual as pessoas irão voltar a assistir filmes no escurinho, com pipoca e guaraná. Logo de cara vos digo: o filme cumpre o que promete em relação a tecnologia, algo novo e verdadeiramente revolucionário. Mas o conjunto não agrada. Para um filme se tornar clássico é preciso, além de tecnologia, roteiro, quesito em que Avatar decepciona (quem não conhece o plot do filme assista ao trailer no fim do post).


Minha maior preocupação sempre foi não cansar durante a projeção. Não gostei da tecnologia 3D que experimentei nos outros filmes e achei completamente dispensável. Especialmente em "Up!", ótimo filme mas que com uma hora já me cansou devido aos óculos. Nesse caso, Avatar foi sensacional. Não cansei sequer um instante. Pelo contrário, imergi no mundo de Pandora como nunca havia feito em um filme. Toda a sensação de profundidade, colorido e perspectiva que Cameron prometeu está lá. Sem falar nos nativos do planeta, chamados Na'Vi. Nunca houve algo tão perfeito. Impressionante como a captura foi feita com tamanha perfeição. Alguns minutos de filme se passam e você esquece que aquele gigantes azuis são feitos por computação gráfica.



Esse é o grande trunfo do filme. Toda tecnologia do filme é nova e exclusiva para os cinemas. A grande aposta de Cameron é fazer todo mundo voltar a comprar ingressos (nos últimos anos a arrecadação vinha baixando). Nisso ele acertou. Nem pense em ir assistir Avatar em um cinema 2D ou em casa. O filme não foi feito para isso. Lógico que os efeitos especiais continuarão perfeitos, mas a experiência revolucionária que Cameron prometeu não será aproveitada. Todas aquelas criaturas, ambientes e plantas foram criadas pela mente de James Cameron, o que é louvável. É um mundo novo, cativante, colorido. E não há problemas técnicos no filme. A não ser os gritos dos animais de Pandora que são idênticos aos dinossauros de Jurassic Park. Tecnicamente falando o filme é perfeito, como é do feitio do diretor.



Agora a parte ruim. Fiquei embasbacado com a tecnologia como puderam perceber. Mas também fiquei impressionado com a quantidade de clichês e diálogos ruins presentes no filme. Sabia que a história seria batida e haveria uma trama previsivel. Mas há momentos constragedores, como a luta final entre Jake e o General. Péssimas falas. Outra problema é a falta de carisma dos personagens, especialmente Jake. O protagonista do filme não me inspirou simpatia, a não ser na cena feita para isso (o discurso de Toruk). O restante do filme não me preocupei com o destino dele ou me angustiei pelo seu romance com Neytiri. Sem contar na tentativa do discurso politicamente correto. Vale a pena mas não cola, não convence. Em termos de ação e aventura o filme cumpre o prometido, afinal, estamos falando de James Cameron, diretor de Alien, T2 e Tru Lies. A batalha final é perfeita e combina magistralmente com o 3D. Toda ela rola no ar, com naves, aves, montanhas e tudo que tem direito. Ficará na história.


Clássico, Avatar não é. Diria que é um divisor de águas, um filme que mudará o conceito tecnico daqui pra frente. Se irá alavancara indústria? Dificil dizer. O atestado será o sucesso nas bilheterias, ainda mais sabendo que o filme custou 500 milhoes de dólares. Mas Cameron está quase lá, já arrecadou 600 no mundo inteiro, então podemos pensar que ele está fazendo história novamente. Uma sequencia é inevitável e tomara que tudo melhor como na série Exterminador enquanto estava nas mãos dele. O primeiro uma revolução, o segundo um marco, um exemplo, um clássico. Por enquanto, Avatar revolucionou e pode alavancar de uma vez por todas a indústria cinematográfica.