
Eu disse que o próximo texto ia ser sobre Avatar, mas depois de rever o documentário sobre os últimos shows de Michael Jackson não resisti. MJ é meu ídolo musical. Diria até que um ídolo em todos os sentidos de mídia. Um gênio, único, imortal e inatingível. No dia em que ele morreu não pude acreditar na notícia. Eu estava fazendo compras num supermercado e meu irmão me ligou dizendo, aparovado: "Thiago, o Michael teve um ataque cardíaco, parece que ele morreu". Não tive a menos dúvida de que ele estava de brincadeira e retruquei: "Fala logo Victor, o que você quer?". Ele insistia e para confirmar a informação e me fazer de uma vez por todas acreditar na tragédia, passou o telefone para meu tio que com uma voz incrédula dizia: "É verdade cara, estão dizendo que ele morreu". "É simplesmente impossível Michael morrer, não existe essa possibilidade", pensava comigo. Ao chegar em casa liguei na Globo News e de lá não tirei até a confirmação da morte do maior astro de todos os tempos. Uma angústia tomava conta de mim e naquele momento descobri como é perder um ídolo. Um homem que mudou a história da humanindade e que me acompanhava em músicas todos os dias. Não é exagero, todos os dias escuto alguma música de MJ.
A morte, como todos sabem, aconteceu dias antes da volta de Michael aos palcos. o espetáculo This is It prometia devolver os holofotes e o reconhecimento ao Rei do Pop. Tudo estava pronto e foi filmado para um futuro making of. Esse material foi transformado no documentário "Michael Jackson's This is It". O diretor do filme e do espetáculo, Kenny Ortega, dizia que era um filme dedicado aos fãs de MJ. E assim foi. A compilação dos bastidores de todas as músicas que iriam tocar no show estão lá. Do jeito que todo fã sonhava. E melhor que isso, Michael parecia em plena forma. Um artista completo, com dominio pleno de seu trabalho. Esse era o Michael que poucos conheciam. A voz angelical, os passos delirantes e a meiguice peculiar estavam todas ali na tela. Visivelmente magro e com extremo cuidado com a saúde, MJ parecia decidido a voltar a ser o que era. E com o show que estava preparando não seria surpresa se voltasse.
A lista de músicas compostas somente por clássicos empolga até o mais cético com a figura de Jackson. Uma nova roupagem para Thriller, um número fabuloso para Smooth Criminal, a beleza e sensualidade de The Way You Make Me Feel e a batida inconfundível de Billie Jean, mostram o motivo de Michael Jackson ser único. Era visível a fragilidade física de Michael. O cuidado que Kenny Ortega tem ao lidar com momentos mais tensos, como a suspensão na garra mecância de Beat It. Legal também ver a batalha de vozes em I Just Can't Stop Loving You e constatar a limpeza na voz do astro. Mas o ápice é a performance em Billie Jean. Os dançarinos e toda a equipe de produção ficam extase. Não é pra menos, é o maior momento do pop mundial. No cinema em que eu assisti existiam pessoas de todas as idades. Crianças de 8 anos e senhoras e senhores com 60 ou 70. Todas as músicas foram ovacionadas e no momento de Billie Jean, duas crianças foram para o meio da sala e começaram a dançar. Provavelmente aqueles meninos não sabiam o significado que MJ teve para o mundo da música, nem mesmo devem conhecer a hisória de transformação que Michael teve. Mas a música, especialmente a de Michael Jackson, é universal. Esse foi um dia para eu nunca mais esquecer e poder contar para meus filhos.
Bom saber também que mesmo esquecido, julgado e marginalizado por quem o transformou no mito que é, Michael continuava um gênio e pronto para mostrar ao mundo que ninguém irá se iguala-lo. Poucos são os artistas que controlam o talento e o espetáculo do jeito que Jackson fazia. O que esse documentário mostra é pouco para os fãs. Mas pode ajudar a alguns a entender a genialidade do maior entreteiner de todos os tempos. Vida longa ao rei.
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